segunda-feira, 5 de outubro de 2009

LETRAS

Ler, ler, ler. E gostar de comunicação. O profissional de Letras precisa ter amor ao estudo da língua - seja a materna ou outra estrangeira. Ele pode se dedicar à tradução, à literatura ou ao ensino. Mas não ache que a faculdade de Letras forma escritores: ali é lugar de aprender sobre a estrutura da língua. Talento literário não se ensina. Além dessas duas áreas, é possível dedicar-se à tradução. Em ambas as habilitações - licenciatura e bacharelado -, a formação inclui, no geral, o estudo do português e uma língua moderna, como inglês, espanhol ou francês, e suas respectivas literaturas. É possível, ainda, estudar línguas clássicas, como latim e grego. "Em qualquer área escolhida, é necessário ter familiaridade com o texto, boa redação e conseguir dissertar bem idéias próprias ou não. Como a língua é viva e se modifica o tempo todo, é preciso estudar muito", diz Julia Medrado, coordenadora de projeto da Intellibiz Traduções Empresariais, em São Paulo. A rotina de Julia é intensa. Geralmente, o material chega em cima da hora e as empresas exigem agilidade e qualidade. Ela analisa o projeto, estabelece prazos, seleciona os tradutores qualificados para aquele trabalho e supervisiona o andamento. Com prazos curtos, é fundamental ter minúcia e organização. "Trata-se de um trabalho artesanal, muito humano. É gratificante fazer a ponte entre pessoas que não falam a mesma língua. Isso amplia a possibilidade de comunicação e de aprendizado entre os povos", afirma Julia. Além da tradução empresarial, há também espaço em editoras, para fazer a preparação de originais e revisar ou traduzir textos, e nas áreas de interpretação e secretariado bilíngüe.


O profissional com licenciatura dificilmente fica sem emprego. Ele é requisitado por escolas das redes pública e particular para lecionar português, espanhol ou inglês. Quem tem título de mestre ou doutor se credencia para dar aulas em universidades e desenvolver projetos de pesquisa acadêmica. "Para quem opta por outras áreas além do magistério, o mercado de tradução é o mais aquecido", afirma Ronaldo Teixeira Martins, coordenador do curso de Letras da Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. "O bacharel encontra oportunidades como tradutor em jornais, revistas, editoras de livros e empresas que organizam eventos internacionais. Faz, também, tradução e legendagem para televisão e cinema", diz. Revisores com bom domínio da norma culta da língua portuguesa também são profissionais valorizados nesses segmentos. Editoras de livros contratam os formados em Letras para fazer produção editorial e preparação de obras didáticas. O especialista é procurado por empresas para treinar os funcionários na fluência de idiomas ou ensinar português para estrangeiros. É possível atuar como intérprete em eventos ou para grupos estrangeiros em visita ao Brasil. Um segmento em ascensão é o de "localização" - tradução dos comandos e manuais dos programas de computador importados.

O aluno opta logo no início por um idioma estrangeiro - como inglês, francês, espanhol e italiano - para estudar e treinar em laboratório e sala de aula. Análise literária, produção de textos, tradução e pesquisa sobre a evolução e o uso dos idiomas ocupam boa parte da carga horária. Entre as matérias teóricas estão teoria literária, semântica e fonologia, além de língua portuguesa e literaturas portuguesa e brasileira. Para lecionar é preciso fazer licenciatura. Algumas faculdades oferecem as duas formações, a de bacharel e a de licenciado. Há instituições que oferecem, como parte da graduação, programas especiais, como o de formação de escritores, uma série de oficinas que ensina ao aluno as principais técnicas de redação literária. A duração média do curso é de quatro anos.

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